segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rosa dos Ventos no Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte!

A Farsa do Advogado Pathelin participará do FIT BH - Festival Internacional de Belo Horizonte!
Abaixo a programação das 5 apresentações que começam dia na próxima quinta feira dia 14!



Pathelin no FIT BH

14 de junho – BELO HORIZONTE MG
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Praça 7 Horário: 15 horas

15 de junho – BELO HORIZONTE MG
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Praça Savassi Horário: 16 horas

16 de junho – BELO HORIZONTE MG
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Centro Cultural Villa Fátima Horário: 11 horas

17 de junho – BELO HORIZONTE MG
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Praça Padre Marcelo Horário: 16 horas

18 de junho – BELO HORIZONTE MG
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Centro Cultural São Bernardo Horário: 15 horas

Mais informações:

quarta-feira, 6 de junho de 2012


Debate em Santos

Reunimo-nos com integrantes dos grupos: Trupe Olho da Rua, Os Pantanas, Teatro Aberto, Coisas de Teatro entre outras atrizes e atores como a Rosa, a Sara, a Isabel, o Robson, o Leandro e o pajé Marcos Pavanelli de São Paulo no espaço do “Teatro Aberto”. A conversa começou com o Caio lembrando dos tempos da CONFENATA e como nessa época em Santos existia debate que melhor ampliava o cenário entre os grupos de teatro locais e também com outros grupos de arte do país. E que nessa época era perceptível um movimento de troca de informações sobre produção e criação artística. Esse nosso encontro serviu também para ajudar na conversa entre os próprios grupos de Santos por que as vezes uma opinião vinda de fora da rede social local ajuda na tomada de decisões em alguns objetivos que ainda não estão consoantes.
O Tiago novamente iniciou as conversas explicando um pouco da nossa realidade em Presidente Prudente da luta que temos em comum na busca de recursos para grupos do interior do Estado.
Durante a conversa a primeira curiosidade despertada pelos presentes era como estava nossa situação com a Secretaria Municipal de Cultura e afirmamos que não temos mais nenhum canal de comunicação com a mesma. Todos os recursos geridos por nós foram conseguidos com as esferas estaduais e federais. Tivemos um frenesi de discussões a um tempo atrás com a Secretaria Municipal, continuamos sendo contras as ações feitas pela mesma e agora não existe um mínimo debate entre nós e achamos um erro terem nos afastado por termos feito a tentativa de participação em uma política cultural local.
Esse processo de separação ocorreu simultaneamente a chegada dos recursos do Ponto de Cultura “Prudente em Cena” e isso fez com a participação de diversos outros grupos na Federação Prudentina de Teatro fosse intensa e com sucessivas quebras de acordos estabelecidos entre os grupos associados nesta instituição. Acordos, por exemplo, de não mais aceitarmos verbas esparsas e dadas como a dita “política de balcão” vindas da Secretaria Municipal de Cultura e sim esperarmos por um edital que fosse idôneo e pela inserção da cidade no pacto com o governo federal para a inclusão no Sistema Nacional de Cultura (SNC acabou de ser aprovado na Câmara) para o recebimento de futuras verbas.
Esse momento para nós foi um pandemônio com meio mundo rompendo os acordos feitos na Federação e o Sobreira era “O Monstro que não deveria existir” fazendo as pessoas chorarem. Isso porque para a exclusão de um associado da Federação outro associado deve fazer um pedido a Federação e depois discutido em Assembleia a situação do indivíduo. O resultado disso foi que ninguém quis esperar por Assembleia nenhuma e foram muitos embora em busca de outras associações absurdas de serem sustentáveis para criação de uma arte verdadeira e que fale realmente sobre a vida.
A maioria dos grupos cedeu às ofertas da Secretaria e até hoje as coisas não mudaram em nada e a cidade de Presidente Prudente – SP completa 16 anos sem nenhum contrato efetivado com o Ministério da Cultura em contraste a cidade de Marília - SP que só em um ano recebeu mais de oito milhões desse Ministério. A Secretaria Municipal de Cultura de Presidente Prudente não faz contrato com o Ministério porque não quer prestar suas contas. Existe um pavor em mostrar as contas desta Secretaria (não é que escondam, mas ela chega de tal modo exposta que não se sabe sua destinação real). Não se pode esquecer-se da participação ativa de muitos funcionários públicos e de outros que por mais que falam que não fazem nada estão participando da construção de um vazio cultural pra cidade por uma omissão sistemática. É incrível como algumas pessoas tem uma imunidade tal para fazer coisas erradas e não acontecer nada.
A situação de Presidente Prudente e do nosso passivo Conselho Municipal de Cultura nos faz lembrar-se da máxima de que não deve haver conflitos nos processos sociais e que devemos esperar que tudo mude bem devagarinho. Nada muda, nem os mandantes há quase 20 anos.
O Sobreira tinha um blog pessoal com críticas mais ásperas a prefeitura e a alguns outros poderes locais e que não existe mais porque resolvemos qualificar o discurso fazendo a nossa primeira revista do Rego do Gorila e publicando alguns textos críticos em jornais e blogs. Porém, não temos dimensão dessas influências.
Do ponto de vista dos problemas que ocorrem dentro de uma prefeitura imagina que estamos discutindo apenas as Secretarias Municipais de Cultura que tem em sua maioria esmagadora no país verbas de menos de 1% do orçamento geral.
Lembrei de uma discussão com outra conselheira de cultura que me dizia que em sua participação no Conselho de Municipal de Saúde ela percebia que, por exemplo, a ausência de algumas políticas básicas para esta área leva a morte de muitas pessoas e que a cultura era “fichinha”.
Imaginem os problemas em secretarias municipais com mais de 20% do orçamento geral? Daí a tremenda importância da participação popular em fiscalizar tudo através do Conselhos em suas respectivas cidades. Os Conselhos e outras instituições que possam participar na deliberação de necessidades da população, deveriam, num futuro próximo, substituir as Câmaras Municipais de Vereadores pela nulidade da existência da egrégia como exemplo a nossa em Presidente Prudente.
Já na Federação, com a diminuição do número de associados, surgiu uma melhor sintonia entre os participantes, a carga de trabalho diminui e os trabalhos foram sendo melhorados. Esse comportamento também foi percebido em outros coletivos pelo país afora: a necessidade de uma diminuição de associados que trazem problemas e fortalecimento de um grupo que vai agir e manter a estrutura funcionando é imprescindível. Com as viagens feitas pelo Rosa dos Ventos acabamos por conhecer outras associações de diferentes artes e muito parecidas no modo de agir, porém, de diferentes cidades. A Federação acabou validando suas ações depois de muito tempo observando que o mesmo problema ocorre em outros diferentes lugares.
Caio (Olho da Rua) fez breve histórico dos últimos 10 anos de financiamento público para arte e apontou a mudança da “política de balcão” para a construção de políticas culturais efetivas nos municípios passando pelo Fomento da Secretaria Municipal de São Paulo e das diversas outras leis municipais que estão surgindo pelo país que por mais insuficiente que são dão certo fôlego para existência de grupos de arte. Também existia uma cisão muito grande do que era dito teatro profissional, na sua maioria com fins comerciais, com o teatro amador e foi aos poucos que o panorama foi mudando, inclusive para o interior do Estado, onde a hipótese de produzir teatro profissional era quase impossível. Hoje, no interior, mudou-se um pouco e podemos produzir arte em Presidente Prudente e não precisar ficar encarcerado e sim circular com seus espetáculos em diversos outros lugares produzindo trocas. Porém, as possibilidades de realizar teatro no país ainda são miseráveis. Afff Cruiz!
As condições dos trabalhadores da arte são as mais depauperáveis. Com a política de edital posta pelos governos eles sabem que a executamos e sem dúvida nenhuma, prestamos nossas contas muito melhor que eles chegando a lugares que o Estado ainda esta muito distante. A máquina do Estado onera e o investimento em cultura aplicado em nós é sem nenhuma segurança trabalhista com grande prejuízo para todos os artistas sem férias, 13º, aposentadoria, etc. Fica, para os artistas, parceiros ou proto-empregados do Estado uma carga de trabalho que não é paga. Não somos inferiores a nenhum tipo de trabalhador e necessitados de auxílio. Acreditamos que não exista em andamento política melhor que a que ocorre por aqui e somos coadjuvantes da revolução cultural do Brasil, porém, muito há de se fazer para que haja uma equiparação de condições de trabalho. O Estado de São Paulo é um dos Estados mais ricos do mundo e nestes últimos anos estamos passando por uma mudança de política com propósitos públicos dentro de uma transformação muito profunda e não se encontra isso em nenhum outro lugar. O exemplo é a política na França que lança editais temáticos e esse ano a questão é o meio ambiente e você que se dane pra adequar seu projeto ao que propõe o governo de plantão. Não podemos pensar em melhorar a qualidade de vidas das pessoas piorando a nossa! Pior de tudo é imaginar que tudo isso são políticas de governo que pode ser alterada.
Porém, existe uma conjuntura com alguns fatores a serem explicados sobre esta surpresa de encontrarmos um panorama de qualidade artisticamente razoável de espetáculos apresentados na rua. A melhora econômica do país bate com o mesmo cronograma histórico feito pelo Caio sobre a melhora no fomento as artes. É igual merda! Fomenta pra vê! Não haveria mudanças tão profundas assim se não considerarmos as melhoras econômicas gerais do país e por consequência disso um melhor aporte destinado as artes. Outro fator que ajuda na organização política e criativa é a associação na Rede Brasileira de Teatro de rua com uma intensa e diária troca de informações sobre as mais diversas situações pelo Brasil afora com valores de resistência que não os voltados para o mercado.
O processo do desenvolvimento financeiro para o Rosa dos Ventos em sua produção cotidiana geral passou por um fomento da UNESP onde ficamos 5 anos estudando com bolsas auxílio e bolsa moradia, e podendo desenvolver o trabalho com o grupo do jeito que minimamente gostávamos. Já na faculdade e logo depois dela entramos nos Serviços Quadradinhos S/A (“dinheiro na mão cueca no chão”). O Tiago era o Patati e o Fernando o Patatá. Mentira! Tínhamos vários serviços que não nos agradava muito em fazê-los e outros que aprendemos a gostar, como apresentação em aniversários de criança pequena (vários socos no saco! tauuu) e interação com o público. Assim, com um pequeno amadurecimento do grupo, o nosso processo de criação teve uma intima ligação com a nossa melhora financeira. Ou seja, quanto mais livres dos trabalhos que não gostamos mais a nossa linguagem estética melhora. Gastamos mais tempo agora pensando nas besteiras que vamos falar e escrever.
Uma das maiores polêmicas da noite em nossas conversas foi o fato dos trabalhos que realizamos e estamos reforçando o “status quo” ao invés de estarmos construindo algo novo e libertador. Se é que existe algo assim.
Porém, fazemos as nossas escolhas e somos responsáveis por elas e em muitas situações acabamos apenas reforçando preconceitos e doutrinamentos sobre nós mesmos em alguns trabalhos. Com as dificuldades que passam a classe artística do teatro estes se fazem muito menos pelas opções e muito mais pelas condições dadas e assim cedemos a trabalhos horríveis. Segundo o Pavanelli, esse é apenas o discurso do artista popular que precisa sobreviver. Porém, é necessário saber de que lado você está e saber quem são os fudidos e quem nos fodem. Nosso produto teatral não pode ser apenas apreciado com mercadoria e nem de longe pode ser comparado a um automóvel ou a uma caneta.
A história da arte do mundo esta muito mais associada a história dos grandes produtores culturais do que da qualidade de arte realmente que é produzida. Ou seja, o Cazuza conseguiria gravar seus discos se seu pai não fosse um alto funcionário de uma grande gravadora. Em hipótese alguma diminuímos aqui a importância desse cantor, apenas afirmamos que teriam milhões de outras pessoas cantando na mesma época que poderiam ser muito melhores. Só o dito “Jabá musical” que as bandas têm que pagar para poder tocar nas rádios é um absurdo de caro. Se não pagar não toca na rádio. Porém, os objetivos são outros e o caminho trilhado por nós não é a busca da grande mídia. A maioria dos grupos brasileiros não tem nem produtor. O produtor também é ator, motorista, cenógrafo, e mais um monte de serviço dentro das atividades estabelecidas na relação de teatro de grupo com distribuição de tarefas mais homogêneas. Portanto, se os espetáculos dos nossos amigos estão começando a chamar atenção pela qualidade da arte produzida estamos contrariando toda uma ordem de produção cultural.
Pior é ver os aviltamentos e as distorções sobre política cultural nos pais onde só os que estão no poder conseguem chegar. Exemplo são os milhões destinados ao Circo de Soleil e ao blog da cantora Maria Bethânia e nós do teatro de rua brigando por licença para trabalhar em praça pública. Também não dá pra dizer inocentemente que a arte é maior ou inerte as mazelas do mundo. Temos sim que problematizar a arte burguesa e elitista. Essa mesma que nos espezinha. Existe muita arte sendo produzida para manter o status quo e às vezes estamos sendo doutrinados e nem nos atentamos a isso. Exemplos dessa arte são os filmes de inspiração católica “Paixão de Cristo” do Mel Gibson e o de inspiração protestante “Cold Mountain” dirigido por Antony Minghella. Pior de todos os exemplos são as pinturas de Jesus Cristo apresentado como um homem loiro de olho azul. É para acabar com o piqui do Goiás isso!
O Caio foi um pouquinho mais radical e estes trabalhos do Quadradinho S/A comparou os livros de auto ajuda. Ler é bom, mas não é toda literatura que presta. No teatro em algum momento teremos que discutir isso e o problema será em qual ideologia tudo o que será proposto estará baseada. Pode-se implantar um novo fascismo ditatorial se, por acaso, os ateus acharem um absurdo alguém fazer algo que remeta a algum deus ou a alguma transcendentalidade. Isso seria absurdo, mas considerar que estes trabalhos são literatura infantil pode.
Contrário a isso escrito acima é muito bom lembrar-se do início da participação do Rosa dos Ventos na Rede Brasileira de Teatro de Rua e da aproximação com os grupos paulistanos concomitante as estreias dos espetáculos da Brava Cia (Este Lado Para Cima), do Rosa dos Ventos (A Farsa do Advogado Pathelin), da Trupe Olho da Rua (Terra Papagalis) e do Buraco D’Oráculo (Ser Tão Ser) que foram vistos diversas vezes pelos integrantes dos grupos. Todo mundo assistindo os espetáculos uns dos outros. Pode-se acompanhar a circulação verde e o processo de amadurecimento dos espetáculos nas mostras e festivais em que os grupos participavam juntos. Isso foi uma coisa impar para o Rosa dos Ventos.
Agradecemos a todas as pessoas presentes em nossa conversa e especialmente aos integrantes da Trupe Olho da Rua que apoiaram este encontro divulgando o debate para os grupos de teatro locais. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012


Debate em Adamantina

Em Adamantina este bate papo fez parte da programação do projeto “Roda Cultura” no distrito de Lagoa Seca. Tivemos o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e a conversa foi animada e se não fosse o horário adiantado para o almoço o papo iria mais longe.
Estavam presentes vários funcionários da própria Secretaria Municipal de Cultura como o Passarinho, a Jurema com seu filho Enrico seu marido o grande cozinheiro Valter, o Acácio, Henrique, Irisvaldo, Patrícia e a Cintia com o Pedro seu filho.
Fizemos uma prévia do que pretendíamos ali com nossas discussões sobre a realidade local do cotidiano artístico dos grupos de artes e as políticas voltadas para a cultura no âmbito municipal.
A administração pública em qualquer Secretaria tem que ser planejada, discutida e avaliada junto com os beneficiários da mesma e não seria diferente na área da cultura. Em Presidente Prudente, nossa experiência nesta participação junto a Secretaria de Cultura foi das piores no Conselho Municipal de Cultura. Passamos por vexames com manifestações cretinas, mentiras do próprio Secretario Municipal Fábio Nougueira e coerções do poder público municipal e foi necessário explicar mais a fundo a este grupo que se iniciava a conversa os motivos pelo qual somos contra a ação apática, personalista e coronelista dessa pasta sem sermos partidários em nossas avaliações sobre as políticas feitas que não podem ser consideradas como pública e produzida pela elite e para a elite. O pior é que este comportamento podemos perceber em vários outros municípios pelo país afora e quando queremos ver as informações sobre como as ações do governo foram feitas (prestação de contas) não nos é permitido avaliar.
Na seqüência de nossa fala o Acácio fez uma explanação sobre o panorama em Adamantina com as ações de sua administração como secretário. Ele afirmou que depois de um período sem muitas novidades na cidade, começaram os trabalhos inspirados em uma gestão anterior feita por Silvio Graboski na tentativa de um resgate de algumas ações que foram perdidas ao longo dos anos tentando reconstituir um cenário de manifestações artísticas que havia nesta gestão citada. Porém, os recursos pra cultura em uma cidade pequena também é muito pequeno é se faz necessário buscar financiamento em outras fontes que não só a prefeitura municipal, apesar de terem também uma boa relação também com o governo do Estado. E, aos poucos conseguiram provocar as pessoas da cidade com o início de uma pequena programação de artes que sempre teve minimamente um resultado favorável de público e crítica.
Com isso perceberam que, de certa maneira, estavam construindo um cenário que dava suporte pra criação artística, havia um pequeno fomento a arte local na Banda Marcial com mais de 20 anos de trabalho, o teatro com a Cintia, Tiago Casado e o Rafael (Báquicos), o artesanato e outras manifestações da cultura popular.
Também falou da dificuldade em engrenar algumas ações culturais e de como pode ser solucionado esse problema. O Tiago se lembrou do exemplo em Mirandópolis que fomos em uma apresentação através do Circuito Cultural e tivemos pouco público e depois voltamos lá e percebemos que estava acontecendo mudanças. A conversa com a representante da cultura de lá foi boa e realmente tivemos outro perfil de público. Realmente algumas ações, como estes exemplos de maturidade para a formação de público, demoram um tempo pra funcionar de maneira eficiente. Outro exemplo é o nosso Ponto de Cultura que agora começa a ter resultados melhores. Contamos a história do ICC (Índice de Chutamento de Canela). O ICC é medido pelo tanto que apanhamos da molecada nos bairros por onde fazemos questão de levar nossa programação. Aos poucos o ICC baixou a quase a zero e o bem cultural começa a ser visto de outra maneira pelo público e pela própria molecada que antes não conseguiam ficar quietos. Mas existe também a necessidade de uma programação mais constante. Com o Ponto de Cultura em 2010 conseguimos levar 95 atividades para a periferia da cidade de Presidente Prudente coisa que sem o Ponto de Cultura dificilmente teremos condições de fazermos isso novamente.
A facilidade das programações serem feitas na rua atraem as pessoas. Percebemos que existe um receio muito grande do público em se aproximar. Receiam por diversos motivos, por acharem que isso é coisa de gente rica, por acharem que não vão gostar, por suas vestes, etc. E isso se dissipa aos poucos. Isso passa por uma compreensão do direito que as mesmas têm em ver Arte. Do público que pretendemos as crianças aceitam mais fácil a novidade, os adolescentes chegam com reticências e os adultos por final se aproximam quando se sentem mais seguros que não vão ser aviltados ou que não será uma programação chata de se acompanhar de maneira obrigatória. Quando eles percebem que não tem nenhuma vinculação com brindes, comida, política, prêmios ou festividades outra que não seja apenas o bem cultural para serem apreciadas e pouco a pouco estas pessoas nos reconhecem como alguma coisa diferente e que antes não tinham contato mesmo. Aos poucos, sem precisar falar como se vestir para ir as nossas programações ou como se sentar para apreciar os bens culturais ofertados, as pessoas começam a valorar o que recebem e entender que o que estamos fazendo verdadeiramente é pra eles. As vezes sentimos que esses avanços feitos se aproximam com a idéia de frentes pioneiras. Porém, não é um erro levar programações para o centro das cidades, o problema é apenas levar para lá em detrimento dos demais lugares da cidade.
Levando em consideração estes aspectos que são primários pensamos a relação que acontece nos bairros. Esse é o ponto de partida e as pessoas destes lugares devem vir conosco na construção desse processo. Não queremos soluções que venham de escritórios fechados com negócios escusos que se julgue no direito de dizer o que deve ser feito. Deve ser levado em consideração o pensamento coletivo.
 Se pensarmos a cidade como um todo percebemos que Saúde, Assistência Social e educação já estão chegando à maioria dos bairros da periferia da cidade. Porém, no caso de Presidente Prudente, por exemplo, cria-se um ícone de cultura em ponto específico da cidade que é o Centro Cultural Matarazzo, mas esse ícone é falso e insuficiente para servir a população da cidade como um todo. Uma família desprovida de recursos não sai de um bairro periférico para ir ao centro ver uma exposição fotográfica que seja. Fazendo outra análise, se por acaso, fossemos servir a cidade com cultura e arte em sua plenitude não daríamos conta da demanda e levaríamos um tempo para entender essa nova dinâmica.
Isso é apenas o processo de formação de público que falamos acima e a formação dos grupos novos de arte é mais difícil e complexa ainda. Os grupos surgem e além dos problemas enfrentados na relação cotidiana de problemas e falta de recursos os mesmos fazem trajetórias enormes de desencontros baseados no amadorismo de suas ações. Existe uma necessidade de um suporte para que os grupos possam se formar artisticamente para além da formação das escolas e de uma maneira mais empírica e não paternalista.
A discussão foi mais longe sobre isso.
Quem vai pagar pelo processo de formação de um artista?
Lembramos da discussão em Ilha Solteira com as alunas do Balé e do “Paitrocínio”. Ou seja, se não for a família que dá certo apoio a coisa não vai pra frente de maneira alguma. Se não tem isso apela pra onde? Por estes e outros motivos é que os grupos têm muita dificuldade em se dedicar a ensaios e outros processos formativos fazendo obras de arte de pouca qualidade e sem interesse público.
Podemos perceber em Adamantina que a dinâmica cultural não é de uma cidade de 35 mil habitantes do interior do estado. A Secretaria sempre tem alguma programação com qualidade e isso é uma política do governo municipal atual e os funcionários desta Secretaria acreditam que quando mudar o governo a população vai cobrar por uma programação de qualidade. Isso por conta das ações no Conselho Municipal de Cultura e da maneira como os próprios funcionários públicos trabalham na cidade. 

terça-feira, 29 de maio de 2012

NOTÍCIA RV!

Pessoal, o Rosa dos Ventos em junho participará do Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte. Vejam o link do site abaixo e a nossa programação na Capital mineira!
http://www.fitbh.com.br/2012/index.php



14 de junho – BELO HORIZONTE MG
Festival Internacional de Belo Horizonte
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Praça 7 Horário: 15 horas




15 de junho – BELO HORIZONTE MG
Festival Internacional de Belo Horizonte
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Praça Savassi Horário: 16 horas


16 de junho – BELO HORIZONTE MG
Festival Internacional de Belo Horizonte
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Centro Cultural Villa Fátima Horário: 11 horas


17 de junho – BELO HORIZONTE MG
Festival Internacional de Belo Horizonte
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Praça Padre Marcelo Horário: 16 horas


18 de junho – BELO HORIZONTE MG
Festival Internacional de Belo Horizonte
Espetáculo: A Farsa do Advogado Pathelin
Local: Centro Cultural São Bernardo Horário: 15 horas

quarta-feira, 23 de maio de 2012



Queridas, queridos e queridxs do Sul,
Voltamos bem! Estamos todos em casa trazendo uma balaio de lembranças incríveis da nossa viagem ao Rio grande do Sul, do Palco Giratório do SESC e do EEG - Encontro Estadual de Geografia na cidade de Rio Grande-RS!
Para alguns de nós que estivemos por algum tempo sinceramente na geografia, realizando congressos de estudantes, regionais e profissionais foi uma vivência totalmente diferente fazer a apresentação do Saltimbembe Mabembancos para geógrafos e estudantes do EEG!

Foi bom rever gente que a vida apagou os traços surgirem a nos abraçar e ver nossas incoerentes maneiras de ser coerentes!
Entre nós sou o "anarquista amoroso" e não há como não reparar a candura dos a nos dispensada em Rio Grande!

Foi apaixonante ver as pessoas balançadas pelas possibilidades sadias e insanas de enlouquecer!
Diga a todas que não sabemos se existe vida após a morte, mas certamente existe vida após a graduação, pós-graduação e encontros de geografia!

Nunca me senti tão agraciado e contemplado em um encontro de geografas, geógrafos e geográfxs!
Virei uma noite inteira acordado, dancei, brinquei, xinguei e ainda assim ganhei presentes e só fui obrigado a ver a mesa que eu participei!
Parafraseando o Bruno e seu pupilo "Existe um gê na geografia....gê de Gente!"
Repassem a mensagem para os amig@s e também para os inimig@s para que continuem com raiva de quem d'outro modo pensa a vida ávida de vida!
Beijão
Sobreroide asteroide paranoide! (não necessariamente nesta ordem)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Relato Síntese dos debates do ProAC 02 (circulação de espetáculos) – Saltimbembe Mambembancos – Grupo de Circo Rosa dos Ventos


      A proposta de debate sobre políticas públicas de cultura para o interior paulista ocorreram em 7 municípios do estado, a saber: Itapetininga, Ilha Solteira, Santa Fé do Sul, Paraguaçu Paulista, Santos, Adamantina e Barretos
      As especificidades de cada local e das pessoas envolvidas faz com tenhamos recolhido informações heterogêneas, segundo a necessidade local e com a dinâmica de cada lugar e dos agentes e atores culturais. Consideramos aqui agentes culturais os profissionais ligados à gestão pública e atores todos os profissionais que realizam a política pública, mas não possuem cargos públicos ligados à cultura.
      As políticas públicas para a cultura oferecidas pelo estado chegam e não recebem avaliação e apreciação dos envolvidos.
      Um dos elementos a ressaltar é a descontinuidade de algumas ações, pouca ou rara dedicação à profissionalização dos artistas, falta de avaliação da execução das políticas em cada localidade e desconhecimento das mesmas.
      Em cidades como Santos e Adamantina se nota claramente uma dinâmica e preocupação com o conselho municipal de cultura, mas nos outros municípios a existência dos conselhos ainda caminha com um grau de dificuldade importante e as políticas públicas sugeridas não avançam na velocidade e participação dos interessados, ficando assim, aquém de suas funções.
      Nota-se então que o tema da política cultural estadual e municipal não é tratada como se espera e como é urgente nesse lugares todos, dando-nos a impressão que esta é a realidade de municípios semelhantes.
      No caso de Santos já existem editais municipais e grupos que recorrem às políticas estaduais de maneira mais efetiva, mas nos municípios de pequeno porte, tanto a profissionalização como a demanda de concorrência por editais públicos é inexistente ou pontual.
      Todas essas iniciativas encontradas nos locais que estabelecemos o debate dependem de entusiastas ou pessoas que gostam da cultura e por isso investem seus esforços na execução destas atividades. Isso não reduz o profissionalismo, mas evidencia que essas pessoas são mais guardiões que agentes públicos de uma ação cultural que deve ser uma prática permanente da gestão pública.
      Tal percepção faz imediatamente entender que as pastas municipais destinadas à cultura ainda são permeadas pelo diletantismo e por dependerem desse tipo de relação, significa que na ausência dessas pessoas poderá ocorrer um retrocesso nas ações e projetos conquistados.
      Salvo o caso de Santos este fato é menos importante. Em decorrência desse empenho que se denota mais pessoal do que de caráter público da ação política é que percebemos que o debate sobre política pública para a cultura fica mais no campo da exigência do que na concepção do que é ou deveria ser uma política adequada para essas realidades encontradas.
      Se um conselho municipal de cultura é importante, parece que para a Secretaria de Estado da Cultura não importa se existe, se funciona e se deve pronunciar alguma informação útil para a gestão da cultura estadual. Então, enquanto o Governo Federal tenta se estruturar em cima destes conselhos o Governo Estadual passa ao largo desta instância local e mantém uma relação estrita com os agentes e fazedores  culturais, não oferecendo condições de amadurecimento e de politização dos envolvidos em suas demandas por arte e cultura.
      Notamos que o equívoco dessas políticas públicas culturais oferecidas pelas esferas municipais, estadual e federal não são perenes, confiáveis, baseada em planos, metas suprapartidárias e supra mandatárias do poder. Todas elas dependem de pessoas e de governos e não se notabilizam por serem medidas e frutos do Estado e de seu caráter inalienavelmente público. Elas são por assim dizer, voláteis a cada mandato, instáveis e prova disso é que há poucas ou nenhuma lei que garanta que elas tenham continuidade independente do governo.
       O resultado disso é que o recurso público destinado à fruição dos bens culturais chegam às localidades, ocorrem e se vão sem qualquer propósito empenho no desenvolvimento cultural! Muitas vezes ocorrem nas áreas centrais da cidade, com grande público de escolares e a dimensão da cidade, bairros e das pessoas que não descobriram o direito de se beneficiar dessas ações culturais ficam de fora dessas iniciativas.
      Em razão disso não se pode dizer que o Estado está ausente ou que não exerça uma distribuição dos bens culturais, mas que não há um envolvimento para identificar qual é a função e para quem essas ações estão sendo levadas e como tornar essas pessoas, mais que um público formado, mas um público capacitado para falar de seus interesses e colocá-los na forma de políticas efetivamente compromissadas com seus valores, interesses e necessidades.

Debate sobre Políticas culturais em Paraguaçu Paulista


                A conversa deste dia começa com o Tiago (Rosa dos Ventos) explicando para as pessoas que ali estavam sobre o projeto que nos levou até lá e nossos objetivos em encontrar com outros grupos artísticos comparando os trabalhos discutindo melhorias inclusive para o financiamento da produção artística do interior do estado de São Paulo.
                A ida para Paraguaçu é resultado de uma parceria que envolve o Ponto de Cultura Prudente em Cena, ProAc 02 (circulação de espetáculos) e da Secretaria Municipal de Cultura local. Estavam pessoas do grupo Criarte de Teatro, Integrantes do grupo Viola Ensina, alunos da prof. Vanessa, a prof. Érica, integrantes do Centro de Artes e o Júlio que trabalha com artesanato em bambu.
                O primeiro a falar foi o Reginaldo explicando o que é o ProAc e a realidade do seu grupo e os benefícios a partir do fomento que receberão com o Ponto de Cultura deles em Paraguaçu. Gabriel deu continuidade, fazendo um histórico estético do Rosa dos Ventos através da formação de nossos espetáculos e o Tiago complementou o histórico falando de outros aspectos. Reginaldo (Criarte) também fez um histórico da vida cultural de sua cidade e do grupo que participa. Disse que se sente feliz de ter os companheiros que completam este grupo numa história de iniciação artística para crianças e adolescentes que são fruto das sucessivas oficinas culturais e cursos de arte ministradas na cidade. Oferecer arte significa mostrar algo as pessoas e isso implica numa parte chata e necessária que é o processo de criação com uma mínima qualidade que faça valer a pena. Que garanta a participação em outros lugares numa circulação viva deste espetáculo que não é um produto comercial.
                O Tiago falou sobre a importância da formação de público e da maneira como acontecia em Paraguaçu e a eficiência desse processo que lá ocorreu. Depois discutimos a importância das apresentações para os locais que as recebem. Na apresentação de nosso espetáculo no distrito de Conceição de Monte Alegre era visível o contentamento das pessoas. Porém, é muito difícil manter uma grade de espetáculos num distrito de qualquer cidade do interior do estado. O acesso a arte é difícil e é necessário esforço para levar arte acessível a população e o trabalho do Rosa dos Ventos não é erudito e nem esta ligado a academia e sim, mais próximo da cultura popular feito na rua o que aproxima muito pessoas que nunca viram Artes Cênicas em suas vidas.
                A Professora Vânia falou sobre a realidade do seu grupo dentro da escola pública e a maneira como a mesma desenvolve seu trabalho com crianças e adolescentes. Trabalho este que também é desenvolvido pela professora Érica em outra escola pública e que resulta em mais pessoas procurando pelos cursos de arte que aparecem pela cidade.
                Tiago fez uma fala que introduziu o que seria a conversa sobre o vídeo que seria mostrado e falou sobre a diferença do trabalho feito pelos grupos de teatro que fazem arte em grupo e da necessidade de financiamento do governo. Não há interesse do mercado em trabalhos como esse.
                Das discussões sobre o conteúdo do vídeo que consideramos densa elegeremos três tópicos para falarmos. O primeiro deles é sobre os programas de governo e a perenidade das ações junto as pessoas. Existe necessidade que isso vire uma lei e não apenas uma política de governo que acabe quando o prefeito for embora e vier outro. Em segundo lugar mas não menos importante é a situação da dedicação que se tem ao fazer artístico. Arte para surgir é necessário trabalho e suor. A maioria dos artistas no Brasil desenvolve seu trabalho artístico paralelamente a outro trabalho que não o teatro em si. Dificilmente desenvolvem apenas arte. A dificuldade do financiamento para isso é tamanha que faz com as pessoas tenham sobrecarga de trabalho e não desenvolvem de maneira satisfatória suas atividades. Em terceiro lugar é que estamos falando sobre teatro, mas estão nestas condições estão todas as outras artes. O problema é geral e a ação a ser pensada é política. Deste modo, acreditar que é importante a profissionalização e para isso deve ser considerado que se viva da arte para a ela se dedicar com qualquer outra função que faça parte da economia e das necessidade humanas.