segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Terceiro Encontro de Teatro do Interior – Barretos – SP


Tivemos a presença neste terceiro encontro nosso dos integrantes dos grupos Cia Rio Circular, Cia Goitacá, Coletivo Gema Genérica, Instituto João Falcão, Ponto de Cultura sobre cultura negra e outros artistas em geral e alunos do curso de teatro da Estação Cultural de Barretos, local onde ocorreu o encontro e por alguns minutos tivemos também a presença do Secretário Municipal de Cultura Osvaldo Caiel Filho que logo teve que sair para ir a outro evento social (jantar com Os Independentes).
O motivo deste encontro acontecer em Barretos é por conta do integrante do Rosa dos Ventos (Fernando Ávila) ser natural dessa terra e ter feito parte da Cia Rio Circular que agora esta montando o espetáculo “Romeu e Julieta”. Assim, o mesmo, tem uma relação de amizades com os grupos locais e continuam a realizar atividades e outros encontros com o Rosa dos Ventos. Inclusive é acusado de ter relações mais intimas na Av. 43 (conhecido ponto da cidade). Levamos a Barretos apenas este debate e não nos apresentamos, inclusive, faz tempo que não vamos pra lá com nenhum espetáculo. Ficamos na promessa que de alguma maneira voltaremos.
Discutimos sobre arte no interior do estado de São Paulo, dificuldades para criação artística, políticas públicas voltadas pras artes e nossas necessidades específicas, no caso de Barretos que não é tão diferente de Presidente Prudente – SP e que tem características muito próprias. Depois das devidas apresentações e de uma discussão introdutória assistimos o trecho do vídeo do “Festival Rosa dos Ventos 12 Anos” no qual Luis Carlos Moreira, Antônio Sobreira, Tiche Viana e Roberto Rosa discutem sobre políticas de cultura sobre arte.
Falamos sobre a rotina de trabalho do grupo Rosa dos Ventos passando pelo processo de formação e criação artística de nossa linguagem, produção e sobre a situação política em Pres. Prudente.
Alguns dos presentes nesta reunião já tinham ido a Caiabu e assistiram nosso espetáculo “A Farsa do Advogado Pathelin” e o espetáculo “Mingau de Concreto” do grupo de São Paulo Pombas Urbanas e, depois destas apresentações, fomos todos para Presidente Prudente, na Federação Prudentina de Teatro (FPT), onde discutimos os mesmos assuntos.
Começamos explicando como funcionava a FPT e nossa forma de associação com pessoas de diversos ramos da arte com a mesma identidade para produção de projetos em comum apesar da distância geográfica. Essa tentativa de encontros de teatros do interior é mais uma iniciativa que fazemos em busca novas parcerias. Assim buscamos pessoas que produzam uma arte próxima da que a gente faz, tanto na estética baseada na cultura popular, quanto no seu modo de produção de forma mais coletiva e horizontal.
Apreciamos espetáculos que vão contra o status quo, contra religiões, tradições, deuses, mercado, exploração do homem pelo homem e outras formas observadas como errônea na sociedade, ou seja, espetáculos que não tem interesse do mercado capitalista e necessita de financiamento do governo. Existe a Arte que serve especificamente ao mercado e mesmo assim também recebe financiamento do Estado. Até onde deve ser este financiamento se os mesmos já têm o apoio do mercado? Qual arte devemos fomentar?
No Rosa dos Ventos temos que produzir outros trabalhos para podermos nos manter financeiramente, pois os apoios do Estado são esporádicos e parcos. Exemplo disso foi nosso primeiro edital estadual ganhado depois de 10 anos de grupo. Nos primeiros anos de grupo, que ainda é pior de se manter, a UNESP acabou por fazer um fomento ao grupo que quando terminamos a universidade vimos um grupo mais maduro em sua proposta de trabalho. Pudemos procurar outras fontes de financiamento para o grupo. Esse fomento para criação artística, esse respaldo financeiro, que a UNESP nos deu, não tem para os grupos do interior de São Paulo. Esse apoio da UNESP se traduzia com a moradia estudantil, bolsas de ensino de pesquisas que conseguimos voltar para a arte que produzimos apesar de não estar cursando nenhum curso de Artes. (Fernando, Luis, Sobreira e China fizeram Geografia, o Tiago Fez Educação Física e o Gabriel FAFUPI – Faculdade de Funilaria e Pintura).
Avisamos os presentes do Fórum de Teatro do Interior Paulista que vai acontecer dia 17 e 18 de dezembro em Hortolândia onde os debates terão o objetivo a melhoria das políticas voltadas para a cultura no interior do Estado de São Paulo criando um movimento que tenha força e que represente nossas propostas e demandas, inclusive a criação de maiores cotas no ProAc e no Prêmio de Teatro Brasileiro. Além da criação de comissões de análises de projetos que conheçam essa realidade do interior paulista. Uma realidade constatada que é essa de que o artista tem que estar envolvido em todo o seu processo de produção de seus projetos senão o mesmo não sobrevive.
Adonias Garcia e José Geraldo mostram a realidade positiva, porém lenta que esta a cidade que tem seu Fundo Municipal de cultura constituído e o Plano Municipal de Cultura pronto e não tem suas metas de aplicação discutido entre as Artes da cidade. Sua primeira Conferência Municipal de Cultura foi feita em 2005 tentando fazer com que estas políticas culturais sejam políticas de Estado, visando maior estabilidade para planejamento de ações através do pacto com o governo federal através do SNC garantindo 2% do Governo Federal, 1,5% do Governo do Estado e 1% de investimento do Governo Municipal.
O Secretário Osvaldo Caiel disse que participa da renovação do planejamento de cultura da cidade e que tem a Cia Rio-Circular e o Instituto João Falcão como referência. Anunciou que trará para a cidade de Barretos 9 pontos de cultura e inaugurará em dezembro o Cine Teatro Barretos, que há mais de 20 anos esta parado, com a realização do Festival de Teatro para o mês de dezembro 2011 com espetáculos e oficinas de arte. Investimentos esses que os grupos duvidaram que aconteçam. Garantiu ainda que o mesmo Cine-Teatro terá programação constante para despertar o seguimento em Barretos.
Tivemos também a presença ilustre de Danivan (Ex. TUOV e Núcleo Pavanelli) que saiu de Presidente Prudente em busca do Acre e sem querer ainda esta em Barretos, que não tem nada a ver com o caminho, participando do movimento de lá com a Cia. Goitacá.
Agradecemos a presença de todos nesta discussão tão difícil de ter companheiros e logo voltaremos para Barretos...
Agradecimentos especiais a galinhada produzida pelo pessoal e cozinhada pelo Osmildo.

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